8.13.2010

Arquitecto Doesburg e Arquitectos Arp e Tauber






Café-bar-discoteca Aubette - Arquitecto Van Doesburg e Hans Arp e Sophie Tauber - Estrasburgo- 1926
Em 1926 é encomendado à arquitecta Tauber e ao arquitecto Arp a difícil tarefa de desenvolver um café de multiplas actividades: cinema, dança, concertos e que representasse a modernidade e o futuro. Estes arquitectos perceberam a dificuldade da tarefa e conheciam bastante bem Van Doesburg e o seu trabalho como fundador do movimento De Stijl. Se Van Doesburg to tinha tido hipótese até à data de aplicar os novos conceitos enquanto trabalhos gráficos sobre outros projectos, tinha agora a oportunidade de aplicar o De Stijl à arquitectura.
O resultado é extraordinário. Relembro que estávamos em 1926. Neste projecto não há qualquer referência à arquitectura clássica. Tudo é desconstruído, Não existe a noção de tecto, rodapé ou elementos estruturais. Só existe a cor, o plano e a vontade de dar dinamismo sem deixar de exercer as funções tão simples como dançar, comer ou sentar.
O arquitecto Van doesburg prova que para revolucionar a arquitectura não seria preciso mais que um projecto de pequena dimensão.
Com o arquitecto Van Doesburg percebemos que a arquitectura tinha uma infinidade de possibilidades e que tudo não passava de um começo...
P.S.: Nos espaços de restauração que desenvolvi como arquitecto colaborador da Utopia, este projecto está sempre presente, na medida em que nos abre constantemente perspectivas de que tudo pode ser pensado de modo diferente e inovador. Consulte aqui a página que descreve a importância do arquiteto de um restaurante.

7.22.2010

Arquitecto moderno - anonimos de Casablanca





Arquitectos modernos anonónimos de Casablanca - anos 20
Postal ilustrado da arquitectura de Casablanca - anos 20

A inquietantante questão do anonimato na arquitectura moderna é poucas vezes abordada.
Os arquitectos gostam de construir a história da arquitectura moderna com base num relato em que os autores são conhecidos. Mas, e quando não o são? As obras perderão qualidade?
Qualquer um diria que não. Mas ao mesmo tempo, qualquer um não deixaria de concordar que essas obras tornam-se inquietantes e são relegadas para segundo plano... Pelo menos no que diz respeito à arquitectura moderna. Pois ninguém desvaloriza Katsura por não saber a rigor a história de quem o arquitectou...
Vejamos um exemplo: o modernimo art deco de Casablanca.
Protectorado francês no início do século XX apresenta uma extraordinária colecção de obras eruditas de arquitectura modernista. Muito pouco se conhece sobre os seus autores. Alguns sabemos que são marroquinos outros franceses e pouco mais... O esquecimento e a ausência de estudos académicos não apagam todavia a qualidade destas obras.
A modernidade e eudição de Viena e Paris parecem aqui ganhar outro sabor, um desenho mais quente, mais despreocupado, mas sem abandonar o requinte da proporção e do detalhe modernista dos anos 20. O arquitecto esse, mantêm-se no anonimato...As obras, essas, parecem brilhar por debaixo do pó, da degradação e do lixo das avenidas Mohamed V e Boulevard 11.
A arquitectura moderna transforma-se assim em cultura popular, como acontece fatalmente a toda e qualquer boa vanguarda...
P.S.: Como arquitecto ou como colaborador num grupo de arquitectos e artistas, gostava que os nossos projectos também eles se diluam no tempo e valham por aquilo que são e não por aquilo que os seus autores representam ...

6.19.2010

Arquitectos portugueses desconhecidos...








Arquitecto Ruy Jervis d 'Athouguia. Casa Sande e Castro - 1956 - Cascais
Fotografias de : Ana Tostões "Os verdes anos da arquitectura Portuguesa dos anos 50"

Alguns arquitectos portugueses permanecem no esquecimento não se sabe muito bem porquê... Ou melhor, sabe-se, mas é relativamente inconveniente dizê-lo. Podem ser personagens fundadores do modernismo em Portugal, absolutamente revolucionários para a época, mas o simples facto de não alinharem no discurso político maioritário relega-os para segundo plano.
O arquitecto Ruy Jervis d'Athouguia é um destes exemplos. Politicamente militante pelas causas mais comuns à direita monárquica Portuguesa, viu a sua obra praticamente esquecida, senão deliberadamente omitida. Ana Tostões, honra lhe seja jeita, recoloca Athouguia na história da arquitectura poruguesa dando-lhe enorme destaque no seu livro "Os verdes anos da arquitectura portuguesa dos anos 50".
Se é evidente que este arquitecto era conservador, no que à politica diz respeito, relativamente à arquitectura a verdade é que está no que de mais revolucionário e inovador se fazia nos anos 50. E veja-se a qualidade técnica do detalhe minimalista, nas tangentes entre os acabamentos, no rigor conceptual dos planos e no uso dos muros de granito, adaptando as imagens "Miesianas" à tradição constructiva portuguesa.
Veja-se a Casa Sande e Castro. O que vemos? O arquitecto Souto de Moura a preto e branco? Um Barragán em Portugal? Não podemos deixar de reconhecer que todo o trabalho de adaptação da linguagem minimalista à cultura constructiva do lugar é feito com maestria já em 1956. Estes modelos ainda hoje mais de meio século são repetidos pelos arquitectos até à exaustão...
Aliás, ainda hoje no atelier onde colaboro com outros arquitetos do Porto nos aparecem clientes com imagens de revista a pedirem-nos projectos de casas com as mesmas referências...
Mas, imagine-se o quanto a sociedade mais conservadora (à qual Athouguia pertencia) consideraria a sua obra? Preso entre dois mundos, o conservador de direita que odeia a modernidade e o revolucionário de esquerda que tem ódio à aristocracia portuguesa, o arquitecto Athouguia ficará para sempre como uma voz autêntica do modernismo Português.
Ocultada, mas não esquecida...
P.S.: Athouguia é co-autor juntamente com os arquitectos Alberto Pessoa, Pedro Cid, Gonçalo Ribeiro Telles e António Viana Barreto de uma obra de enorme referência da modernidade portuguesa: Museu da Fundação Calouste Gulbenkian

5.17.2010

Arquitecto Behrens e o projecto de licenciamento industrial






Fábrica de Turbinas AEG 1908 - Berlim -Arquitecto Behrens e Engenheiro Bernhard


O arquitecto Peter Behrens e o engenheiro Karl Bernhard são os projectistas responsáveis por uma autêntica revolução do modo de pensar o estudo e desenvolvimento dos projectos de licenciamento industrial actuais em todas as suas componentes.

Na realidade, e salvo algumas excepções ( mais tarde falaremos delas) , existe um pensamento antes, e um pensamento depois.
Poder-se-á dizer que o projecto de uma fábrica não era propriamente o terreno habitual de um arquitecto. A fábrica era olhada como um espaço de produção e com a adequação dos processos decorativos tradicionais e que se justapunham a tipologias de edificação do tipo basílica.
O engenheiro supria perfeitamente essa necessidade.
Mas em 1908 um arquitecto liderava a vanguarda do design alemão e é chamado para colaborar no desenho de uma fábrica da AEG com um engenheiro industrial. O resultado é insólito.
A fábrica é pensada como um edifício para impressionar tal como um produto industrial. Isto é, a fábrica é a marca da própria empresa e deve impressionar não só o cliente como o colaborador, vulgo empregado. E essa marca assenta na leveza, na modernidade, no conforto, na limpeza, na ordem, na eficácia e no custo. Só a forma do pilar tocar o embasamento daria um tratado de arquitectura! ( e seria copiado por Mies Van Der Rohe )
Nunca uma fábrica fora tão aberta ao exterior e nunca tinha sido conhecida pelo mundo inteiro como foi o caso da AEG. A marca de proveniência industrial ganhava os primeiros passos e os arquitectos e os engenheiros estavam condenados a entenderem-se...
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P.S.:Felizmente hoje , é para nós mais fácil, e muito graças a Behrens convencer os nossos clientes na Utopia arquitectos que a arquitectura e a marca da fábrica é algo de fundamental num projecto de licenciamento industrial. Obrigado AEG.

4.16.2010

O Arquitecto Libera e o projecto da Casa Malaparte







Arquitecto Adalberto Libera - Casa Malaparte - Capri -1938


Há projectos e arquitectos que fogem a toda a lógica da arquitectura. Não encaixam em nenhuma gaveta da História. A casa Malaparte é por si só um movimento de vanguarda. É inclusivé superior aos seus próprios criadores.
Aliás é um desconforto para os arquitectos falar deste projecto...
Como falar dele depois do desprezo de Goddard?...De B.B. apanhar sol no seu terraço, de Fritz Lang navegar nas águas de Capri... Que dizer depois disto?
Bom...podemos tentar...
Adalberto Libera é um arquitecto modernista jovem italiano nascido em 1903. Malaparte é o cliente Burguês enriquecido na retoma do final dos anos trinta que pretende instalar a sua casa de férias na então calma ilha de Capri.
Adalberto libera desenha uma casa modernista: formas simples, terraço utilizável, espaços amplos e simples, generosas aberturas para o exterior. Mas desenha-a também segundo a tradição popular mediterrânica de Capri com janelas todas diferentes, com os ocres tradicionais e não cores primárias com faziam as vanguardas, e encaixada na rocha e não sobre pilares como qualquer modernista gostaria.
Isto seria suficiente para ser um projecto de um arquitecto acima da média.
Mas isto não ficaria assim.
Malaparte gostava de arte. E gostava não como um burguês que precisa que lhe digam o que é bom para gostar. Malaparte sabia do que queria gostar.
E começou a domesticar o projecto.
Libera aceita o desafio.
O resultado é estrondoso.
As janelas recebem molduras como se de quadros se tratassem.
A sala é tratada como um espaço amplo com mobiliário minimal que precede e anuncia a arte povera.
Uma lareira é exigida. Ao fim ao cabo era uma casa e não a máquina de habitar de Corbusier. Mas onde está a chaminé? Libera desenha um muro guarda-vento no terraço e incorpora o tubo na zona mais alta.
Simplesmente genial.
É no fundo, uma casa que é desenhada não pela cartilha das vanguardas estéticas mas por um cliente exigente e por um arquitecto extraordinariamente habilidoso.
Depois de um percurso esgotante, e após a casa construída, Adalberto Libera abandona o projecto e chateia-se com Malaparte.
Libera nunca mais faria algo tão extraordinário.
Malaparte não será mais conhecido, senão como um burguês endinheirado.
Hoje, mais de setenta anos depois, ninguém percebe porque se afastaram...Também ninguém sabe dizer ao certo de quem é a obra, porque Libera não tem mais nenhuma obra igual.
Esta casa fica como um paradigma incómodo. Incómodo para o artista arquitecto, incómodo para o mecenas cliente. Sempre incómodo.
E incómoda porque não nos cansa de perturbar, a sua sensibilidade a Capri, a sensibilidade ao mediterrãneo, e o seu ar trocista sobre toda a arquitectura moderna.
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P.S.:Não posso deixar de referir que esta casa esteve sempre presente nas discussões que tivemos no atelier de arquitectura da Utopia quando desenhamos a casa sustentável da Covilhã. Fica aqui a página com o projeto da casa ecológica em LSF.
Não deixa de ser também curioso que o famoso Le Corbusier desenhou um projecto para a ilha de Capri e que fica a cerca de 200 metros deste local. Nunca o divulgou. Consta que teve um problema semelhante em lidae com o cliente. O projecto, esse, pouco ou nada me disse quando lá estive e também não foi sequer publicado pelo mais famoso arquitecto da época...

4.14.2010

Lar de Idosos do arquitecto Albert Kahn






Albert Kahn - Lar de Idosos de Griswold - Detroit - 1929

Não é muito conhecida, ou pelo menos muito debatida a relação entre a arte moderna e a "art déco" do séc XIX.
Contudo, se é verdade que em muitas situações representam abordagens opostas, noutras são a sua perfeita continuidade.
Um arquitecto alemão de seu nome Albert Kahn representa este último caso. Nasce em 1869 e a sua obra prolonga-se até aos anos 40 do século XX. Pouco conhecido na europa, vale a pena observar este vulto da art déco que se converte gradualmente ao movimento moderno. Na realidade os edifícios apresentam a cuidada composição das belas artes mas contêm já a organização funcional do movimento moderno.
O Lar de Idosos, ou residência de idosos se preferirem de Griswold em Detroit é exemplo disso mesmo. Foi desenhado para ser um Edifício de escritórios, todavia a sua modernidade e flexibilidade permitiu que fosse adaptado a um novo programa como um Lar de Idosos. A fachada de facto não ostenta a modernidade da planta, contudo poucos edifícios dos anos vinte se podem orgulhar de se adaptarem tão facilmente a programas modernos sem sofrerem grandes alterações na sua arquitectura como este do arquitecto Albert Kahn! Hoje o edifício está classificado como património, algo que nos EUA é de enorme importância.
A modernidade nem sempre estava na fachada, e em Detroit dos anos vinte a modernidade estava nos processos constructivos e na estrutura funcional do edifício.

Artigos Relacionados:
Lar de Idosos dos Arquitectos do Porto

3.08.2010

Gabinete de Arquitectos Modernos - equipa dinamarquesa







Unversidade Aarhus 1931- Copenhaga - Arquitectos Fisker, moller Stegman e Sorensen.

Os grupos de arquitectos foram ao logo da história da arquitectura sempre algo ignorados.
Na realidade o panorama arquitectónico sempre teve tendência a exaltar mais a genialidade de um arquitecto e menos o trabalho de equipa de uma firma ou de um grupo e arquitectos. Aliás, raramente os colaboradores dos grandes nomes individuais são referidos. Mesmo quando tiveram papeis determinantes(veja-se o caso de Pierre e Le Corbusier...)
Por isso mesmo creio ser importante revelar os resultados do trabalho de equipa de arquitectos e o que estes contribuiram para o desenvolvimento de uma arquitectura moderna.
Os arquitectos Fisker, Moller, Stegman e Sorensen são expoentes máximos da arquitectura mundial e infelizmente bastante desconhecidos. Os seus edifícios de tijolo não só inspiraram Alvar Aalto da Finlândia como muita da arquitectura nórdica dos nossos tempos. A integração com a natureza e a simplicidade de recursos formais são também uma das características principais dos edifícios.
A Universidade de Aarhus é exemplo desta atitude. O edifício é criado pelo arquitecto Fisker, pormenorizado e adapatdo pelos arquitectos Moller e Stegman e os arranjos exteriores são do arquitecto Sorensen. Entre eles uma empatia perfeita e o resultado é de uma coesão e qualidade extraordinária.
A arquitectura moderna sabia trabalhar em equipa e Gropius ainda não tinha ido para a América anunciar o "teamwork" para a arquitectura. Sim, Copenhaga estava à frente e pouca gente sabia...
Nota: Não é alheio nem inocente o facto de eu colaborar num gabinete de vários arquitectos e engenheiros no Porto e considerar que este processo de criação da arquitectura é frequentemente desconhecido do público em geral.

2.07.2010

Arquitectura moderna e o arquitecto De La Sota





Gobierno Civil de Tarragona - Tarragona -1956

De la Sota é um arquitecto essencial para entendermos a arquitectura moderna na Península Ibérica. A sua arquitectura é também percursora de muitos projectos que se iriam realizar por arquitectos modernos em Portugal e Espanha.
Nasce em 1913 na Galiza e estuda e leciona em Madrid. Os seus projectos permitiram-lhe a defesa da industrialização da construção e da apresentação da arquitectura moderna enquanto alternativa estética e constructiva à arquitectura clássica que era tão preferida pelo regime espanhol vigente.
A sede do governo civil de Tarragona é um exemplo extraordinário desta atitude de educar a sociedade e de promoção da nova construção industrial em aço e de toda a cultura estética moderna. Repare-se como De La Sota rejeita a tradição clássica com os vãos em esquina ou como expressa orgulhosamente a estrutura metálica. No entanto sentimos pela sua composição que estamos na mesma perante um edifício representativo da sede do Governo civil de Tarragona.
Eram tempos e locais difíceis para a arquitectura moderna de vanguarda...
Mas alguém se levantava e dizia que o caminho não era o classicismo. O caminho era definitivamente a modernidade.

1.16.2010

O Eco Hotel e o arquitecto Rossi



Hotel Mercure checkpoint charlie -Berlim - Arquitect Aldo Rossi- 1995
Hoje em dia a arquitectura sustentável e o turismo ecológico são temas de enorme preocupação. Mas estes temas não eram tamimportantes se recuarmos alguns anos. Deste modo só alguns arquitectos modernos e com visão de futuro se preocuparam com as cidades, a sua rehabilitação e o reaproveitamento da história. Nesse sentido creio que o arquitecto Aldo Rossi é exemplar. E exemplar é também a sua concepção do Hotel. Para Rossi o Hotel era um edifício que tinha que estar integrado na malha urbana, que tinha que reaproveitar ou reciclar alguns desses edifícios e projectar assim uma arquitectura moderna em estreita ligação com os recursos da história da cidade. No fundo é um percursor do Eco hotel ou eco turismo à frente do seu tempo.
O Hotel que o arquitecto Rossi projecta para Berlim recupera parte das fachadas de um quarteirão e reconstroi a restante parte. O arquitecto Rossi liberta o pátio do quarteirão para jardim, manifestando uma profunda preocupação ecológica com a cidade de Berlim. Ao mesmo tempo o arquitecto permite-nos olhar para Berlim e para o seu património com um olhar positivo e colorido.
A tipologia, a arquitectura do hotel estavam definitivamente marcadas por esta posição ecológica ou historicista perante a cidade e o turismo. Os arquitectos modernos eram agora aqueles que mais defendiam a História...
Artigos relacionados:
Arquitectos do Porto desenham um Hotel Ecológico no Douro.

12.14.2009

O arquitecto Felix Candela




Fábrica de rum Bacardi - 1960 - México

A História da arquitectura moderna é muias vezes vista, infelizmente como a história das vanguardas estéticas do centro da Europa, a fuga dos seus protagonista para os EUA e o Pós-guerra nos países do ocidente. Ora, como já vimos atrás, este é um facto falso. Em zonas periféricas às grandes potências económicas encontramos investigações extraordinárias e ímpares. O arquitecto Candela é um destes casos. Mexicano e num meio de recursos limitados teve a inteligência de desenvolver o que não se poderia fazer noutros lugares até mais desenvolvidos: estruturas de betão armado com espessuras que chegavam aos 5cm (poupando material e aproveitando a mão de-obra especializada e artesanal, mas barata e laboriosa)
Nenhum arquitecto da modernidade homenageou tanto a arquitectura gótica, e imagine-se onde!
Os espaços de Candela possuem uma extrordinária leveza e aproveitaram ao máximo as possibilidades do betão armado ou como dizem os nossos queridos amigos do Brasil, o concreto. O arquitecto Candela forma-se em arquitectura, mas estuda engenharia por si só e tranforma a engenharia em arquitectura.
A fábrica de rum Bacardi é exemplo de tudo isto. Com uma estrutura optimizada e gastando o mínimo de material possui uma dimensão e altura extrordinária e coloca de novo o México no mapa da arquitectura mundial tal como outros grandes vultos da arquitectura mexicana como Barragán. Assim se fez a arquitectura moderna de qualidade, dando autênticas lições de engenho e arte a países com muitos mais meios e recursos...

11.19.2009

Arquitecto Koenig e a arquitectura moderna





Projectos de Casas nº22 - Pierre Koening - Woods drive - California - 1960


Na américa do pós-guerra o debate acende-se quando os arquitetos discutem como elaborar casas económicas com sistemas industriais mas que ao mesmo tempo tenham qualidade excepcional. Este período é conhecido no estados da costa oeste como o período das "case study houses". Pierre Koening destaca-se com o seu caso de estudo nº 22 e é hoje um projecto de casa referência em todo o mundo.
A utilização do aço desta casa permite grandes vão envidraçados sem estrutura e enormes consolas sobre a paisagem. Ao mesmo tempo, a cozinha deixa de ser um espaço fechado e passa a pertencer à sala. A mulher tem outro papel na família e a casa adapta-se à nova sociedade.
Os arquitectos estavam atentos à mudança economica e social produzindo como reflexo experiências arquitectónicas absolutamente ímpares...