Entrada do Hotel Rural |
#1: Escolher o local Ideal
#2: Contratar um arquiteto de qualidade
#3 Qualidade nos jardins exteriores
#4 Organização modernista
#5 Um edifício funcional
Planta do Hotel Rural |
Este é um espaço de divulgação de arquitetos modernos e projetos de arquitetura inovadores. No fundo é uma história da arquitetura moderna e da contribuição arrojada de cada arquiteto nessa caminhada. Recolhi os projetos mais originais e que mais contribuíram para melhorar o modo como habitamos. Faço sempre uma pequena biografia de cada arquiteto e explico o que cada lugar tem de único na altura em que foi construído e a importância para os dias de hoje. Qualquer dúvida contactem-me.
Entrada do Hotel Rural |
Planta do Hotel Rural |
Muitos Lisboetas cruzam diariamente com um edifício e desconhecem a sua história e a importancia que tem na arquitectura Portuguesa. No final da Avenida Infante santo existe um edifício que apesar de absolutamente extraordinário se encontra votado ao abandono.
A História do Hotel
Em 1955 uma importante empresa de construção de Lisboa de nome F. H. de Oliveira e Companhia Lda decide no terreno que já era sua propriedade e que possuía uma vista extraordinária desde a avenida Infante Santo para o Tejo. A carência de Hoteis na cidade de Lisboa era uma oportunidade que importava aproveitar no momento.
O arquitecto Alberto Pessoa
O arquitecto Alberto Pessoa destacava-se nos anos 50 pelos edifícios que tinha projectado para a avenida Infante Santo pela sua modernidade e eficiência. Apresentava assim toda uma visão da cidade moderna e da arquitectura contemporânea aos lisboetas. Este facto não passou despercebido e acaba por ser contratado pela empresa F. H. de Oliveira e Companhia Lda para o desenho do seu novo Hotel em Lisboa. O arquitecto Alberto Pessoa ficará mais tarde conhecido pela co-autoria do edifício da Fundação Gulbenkian.
As valências do novo Hotel em Lisboa
O programa do Hotel é aproveitado ao máximo. A construção do edifício é iniciada em 1956 e terminada em 1957. É classificado como hotel económico de 3 estrelas e oferecia 27 quartos, sendo 5 destes com uma pequena sala ou suite. à data todos tinham banho privativo, telefone e tv. Havia serviços de restauração com café e restaurante, cabeleireiro e lavandaria.
O conceito de hotel
É preciso entender que em 1955 o Hotel ainda era visto de um modo conservador e associado a edifícios de arquitectura clássica. O arquitecto Alberto Pessoa acreditava na modernidade mesmo nos edifícios de Hotelaria e a sua visão vai ser concretizada com um verdadeiro ícone do modernismo em Lisboa. O edifício parece levitar sobre um corpo baixo, tornando-se de uma simplicidade arrojada e enriquecendo a diversidade da paisagem de Lisboa..
Ainda hoje, sempre que trabalhamos o conceito de Hotel nos projetos do Atelier Utopia reflectimos neste exemplo.
A necessária reabilitação do Hotel
Em 1983 O Inatel e o seu Instituto para p Aproveitamento dos Tempos Livres dos Trabalhadores compra o edifício e este serve de campos de férias até 1988. Em 1988 o edifício é encerrado por não se adequar às normas de hotelaria vigentes. Lamentavelmente a reabilitação e reconversão do Hotel é adiada e abandonada. O edifício ficará arrendado à Segurança Social que nunca o utiliza e o abandona por completo. Hoje, propriedade do Inatel, é o exemplo do trabalho que falta fazer de renovação e reabilitação de edifícios em Lisboa.
As oportunidades da Hotelaria
Este edifício mostra as imensas oportunidades da Hotelaria em Lisboa ainda hoje. Neste caso um Hotel temático dos anos 50 poderia ser uma oferta turística que proporcionaria uma experiência única e salvaguardaria o legado do Arquitecto Alberto Pessoa e do fantástico percurso da arquitectura portuguesa contemporânea.
Mas melhor do que ler é ver as imagens do passado e as de hoje. Neste caso o antes e o depois. Só que aqui o depois é mais triste que o antes...
A avenida 24 de Julho e o Hotel em 1957 |
Vista da entrada do Hotel do Arquitecto Pessoa |
A vista do Hotel desde Infante Santo na data de 1957 |
O gaveto de transito atribulado onde se encontra o Hotel |
A Avenida Infante Santo e o Hotel do Arquiteto Pessoa nos dias de hoje. |
O arquitecto Manuel Gomes da Costa
Manuel Gomes da Costa é um arquiteto essencial no modernismo português. Ele é responsável pela introdução do modernismo no Algarve. Foi também capaz de desenvolver uma arquitectura de soberba qualidade e ao nível dos grandes mestres do modernismo europeu. É autor de dezenas de obras de arquitectura em Faro, Portimão e Tavira.
O modernismo e a eficiência energética
O modernismo representa um ponto de viragem importante na arquitectura pois a eficiência construtiva passa a ser a razão de ser das formas. A linguagem clássica é abandonada em favor da funcionalidade e conforto. A estética nasce precisamente deste pragmatismo.
Ora, o Algarve possui um clima único. O Inverno é ameno, mas o calor é elevado no Verão. O calor resulta maioritariamente da radiação solar. Na realidade, nos anos sessenta o recurso a equipamentos de arrefecimento era ainda algo limitado. O modernismo tinha resposta para isto. Os arquitectos modernistas como Manuel Gomes da Costa vão desenvolver todo um conjunto de recursos e técnicas de arrefecimento sem recurso a consumo energético.
A Casa Passiva Modernista
As técnicas de arrefecimento passivo incluíam as paredes transparentes, palas, pérgulas e ventilação abundante para espaços sombreados. Os recursos a palas exteriores torna-se assim constante, criando-se um microclima em volta da casa.
A casa passiva
A casa da Ilha de Ancão no Algarve desenhada pelo arquitecto Gomes da Costa é um exemplo perfeito do modernismo com recurso a climatização eficiente. Construída em 1959, é um exemplo extraordinário de como a ventilação transversal, o sombreamento de todos os vãos da fachada e o uso de palas permitem arrefecer a casa de modo sustentável e passivo. A casa não precisa de climatização electrica. O modernismo do Arquitecto Gomes da Costa era amigo do ambiente há mais de 60 anos atrás.
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Casa Passiva em Faro - Gomes da Costa - 1959 |
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Casa Passiva em Faro - Gomes da Costa - Entrada |
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Casa Passiva - Vista da Praia com proteções solares |
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Casa Passiva - Vista da rua com com as palas |
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Casa Passiva - Vista da entrada e da pérgula |
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Sala de música |
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Sala de estar junto ao jardim |
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Piscina Interior |
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Quarto das crianças |
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Sala de Estar |
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Cozinha |
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Escritório |
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Porta de Entrada |
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Zona de Estar |
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Quarto principal |
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Hall de Entrada |
O Primeiro escritório IT
Quando hoje olhamos para os campus das empresas tecnológicas de Silicon Valley como a Apple ou a Google pensamos que aquele é o último grito em instalações corporate e que no passado não houve nada que se assemelhasse.
Não podíamos estar mais longe da realidade. O primeiro escritório para a área tecnológica foi criado em New Jersey para a Bell Labs e desenhado pelo arquitecto Eero Saarinen. Este é o primeiro escritório construído de raiz para tecnologias da informação.
O nascimento do campus tecnológico
O projecto do campus tecnológico é de 1962 e representa um modo revolucionário de captar o talento para as instituições. O objectivo fundamental do projecto era garantir a máxima produtividade dos engenheiros através do trabalho criativo em equipas de vários engenheiros sem descurar o silêncio necessário para a pesquisa e o trabalho intelectual.
Para tal todo o dia normal do engenheiro é pensado para ser confortável. As instalações incluíam estacionamento e jardins com zonas de desporto, restaurantes e cafés, zonas de estar para relaxar, laboratórios para hardware e quadros e vidros em todo lado para escrita . Os gabinetes são recheados de luz natural e os corredores promoviam o debate de ideias.
É impressionante a semelhança da filosofia de conforto com os escritórios das empresas de programação que virão meio século depois.
Um espaço para ser produtivo tem de ser antes de mais belo, contemporâneo e eficaz. Saarinen sabia fazer tudo isso.
As instalações funcionaram durante mais de quarenta anos e só recentemente sofreram uma intervenção de reabilitação leve. No geral, o projecto de arquitectura foi respeitado.
Arquiteto Saarinen
Eero Saarinen é uma arquitecto que nasce em 1910 na Finlândia e emigra para os Estados unidos em 1923 onde estuda na Universidade de Yale.
O projecto de Arquitectura
Melhor do que descrever o projeto de arquitectura e engenharia é ver as imagens da época. É extraordinário verificar o grau de conforto a que assistimos neste local de trabalho.
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Escritório Bell Labs- Arquitecto Saarinen |
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Átrio do primeiro IT office |
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Laboratórios experimentas da Bell Labs |
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Zonas de Lazer dos Escritórios |
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Pé direito Duplo dos escritórios |
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Corporate Campus da tecológica Bell Labs |
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Escritório IT - Planta do edifício Bell labs |
Quando trabalhei no desenvolvimento de escritórios como o escritório da Xing ou o escritório da Blip Betfair tivemos sempre como referência este magnífico exemplo de trabalho, bem como o arquitecto Saarinen em mente.